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Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 12 de Junho de 2025 3f4r40

SIDROLÂNDIA- MS 5s572y

Sindicalistas denunciam assédio moral e abuso de autoridade contra servidores na Câmara Municipal 4f4m1y

As queixas foram levadas à tribuna pela presidente do Sindicato dos Professores (SIPREMS), Leontina Solange Marques, e pelo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Wilber Soares.

Redação/Região News

10 de Junho de 2025 - 15:40

Sindicalistas denunciam assédio moral e abuso de autoridade contra servidores na Câmara Municipal
Presidente do Sindicato dos Professores (SIPREMS), Leontina Solange Marques. Foto: Divulgação

Durante sessão ordinária na Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (10), líderes sindicais denunciaram um ambiente de trabalho marcado por assédio moral, abuso de autoridade e desvalorização profissional enfrentado por servidores públicos do município de Sidrolândia. As queixas foram levadas à tribuna pela presidente do Sindicato dos Professores (SIPREMS), Leontina Solange Marques, e pelo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Wilber Soares.

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Além da frustração com a indefinição do reajuste salarial — que deveria ter sido implementado em maio — e a demora na revisão do plano de cargos e salários, servidores relatam estarem sendo vítimas de pressões psicológicas e tratamento abusivo por parte de chefes imediatos e até secretários municipais. Vários desses relatos, segundo os sindicalistas, já foram formalizados junto ao Ministério Público.

Leontina Solange utilizou a tribuna da Câmara em tom de desabafo, cobrando apoio dos vereadores para garantir que os servidores sejam ouvidos em um ambiente seguro e respeitoso. “Temos que construir espaços onde o servidor possa ser ouvido, sem medo”, afirmou a presidente do SIPREMS, que até recentemente demonstrava paciência com o prefeito Rodrigo Basso (PL), apesar dos constantes adiamentos na apresentação do projeto de revisão salarial.

Embora Leontina tenha evitado apontar diretamente quais secretarias estariam no centro das denúncias, Wiber Soares foi mais direto. Ele mencionou a área do transporte escolar como um dos setores com maior número de queixas, principalmente pela conduta do secretário especial Cezar Luiz Asman, Di Cezar. “Temos recebido muitas reclamações sobre a forma como os servidores estão sendo tratados”, declarou.

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Na Secretaria de Infraestrutura, pasta comandada pelo ex-prefeito Enelvo Felini, a insatisfação gira em torno dos critérios utilizados para concessão de gratificações. “Funcionários que atuam na manutenção de estradas e pontes na zona rural relatam receber menos do que colegas que exercem a mesma função e cumprem a mesma jornada de trabalho”, relatou Wiber.

Enquanto as negociações salariais não avançam, os sindicatos têm direcionado esforços para preservar a saúde mental dos servidores, visivelmente afetada pela sobrecarga, defasagem salarial e ambiente de trabalho hostil. Sob o lema “Cuidar de Quem Cuida”, foi lançado pelos sindicalistas um projeto com ações preventivas, acolhedoras e educativas voltadas à valorização do servidor enquanto ser humano e profissional.

As iniciativas incluem rodas de conversa, escuta ativa, apoio psicológico, além de palestras e oficinas temáticas sobre ansiedade, estresse, autocuidado, relações no ambiente de trabalho, sinais de esgotamento e equilíbrio emocional na rotina pública. O objetivo, segundo os organizadores, é construir uma cultura institucional mais humana, inclusiva e respeitosa no serviço público municipal. Os vereadores prometeram acompanhar as denúncias e solicitar esclarecimentos ao Executivo sobre as acusações apresentadas em plenário.

Nota lida na tribuna pela presidente do SIPREMS:

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“Em relação à terceira pauta que merece atenção, o sindicato tem recebido relatos, em conversas e reuniões anteriores, de situações que apontam para possíveis casos de assédio moral e abuso de poder dentro do ambiente de trabalho.

Não estamos falando aqui de denúncias formais ou registradas em órgãos como o Ministério Público. Esses relatos vieram de forma breve e informal justamente porque os servidores têm medo de se expor. Muitos relataram sentir coação, insegurança e receio de retaliação, o que os impede de buscar ajuda oficial ou formalizar o que estão vivendo.

Essa realidade é preocupante. O medo de falar já mostra que há algo errado. O ambiente de trabalho deve ser um lugar de respeito, dignidade e segurança para todos — não um espaço de medo e silêncio. O sindicato segue atento, ouvindo e acolhendo, mas é fundamental que esse tema comece a ser debatido com seriedade também nessa Casa.

Precisamos pensar juntos em formas de garantir que o servidor tenha o direito de ser ouvido sem medo e que possíveis abusos possam ser prevenidos e, quando necessário, enfrentados. Fica aqui o apelo: que possamos olhar para isso com responsabilidade, porque onde há silêncio por medo, pode haver injustiça acontecendo.