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Mato Grosso do Sul registra aumento de 25% dos ataques de abelhas em propriedades rurais 5o6e1k

Com abelhas atraídas por barulhos de moto-serras, tratores e até por cores chamativas e Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul dá dicas de segurança no campo.

Correio do Estado

08 de Junho de 2025 - 18:07

Mato Grosso do Sul registra aumento de 25% dos ataques de abelhas em propriedades rurais
De dezembro de 2024 até janeiro de 2025 foram registradas cinco mortes devido a ataques de abelhas no Mato Grosso do Sul - Foto: Arquivo/Correio do Estado

Mato Grosso do Sul teve mais de mil e duzentos casos de acidentes com abelhas nos últimos dois anos e um aumento expressivo de pelo menos 25% no número de mortes desde o fim de 2024, segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), que após trazer um sobre o tema para a Expogrande convida o médico alergista, dr. Adolfo Adami, para dar dicas de segurança no campo.

Com base em dados reados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, a Associação aponta para o aumento de 25% dos chamados de ocorrências envolvendo abelhas em áreas de propriedades rurais entre até o sexto mês de 2025.

Presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia Regional de Mato Grosso do Sul (Asbai/MS), Adami cita o aumento do número de mortes registrada no intervalo de dois meses desde o fim do ano ado, o que levanta um alerta.

"De dezembro de 2024 até janeiro de 2025 foram registradas cinco mortes devido a ataques de abelhas no Mato Grosso do Sul. Os casos ocorreram em áreas rurais de Nova Andradina, Sidrolândia e Camapuã, com duas mortes consecutivas em Camapuã no período de cinco dias.

Além das mortes, outros ataques graves também ocorreram em 2024, afetando tanto adultos quanto crianças em diferentes cidades do estado”, cita o presidente da Asbai/MS em entrevista à Acrissul.

Mais ataques de abelhas

O aumento expressivo no número de mortes se dá justamente porque, segundo o médico alergista, a média de óbitos nos últimos anos em Mato Grosso do Sul tem sido três mortes anuais, diante das cinco apenas entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025.

Dados compilados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Mato Grosso do Sul (Ciatox-MS), mostram que o período entre 2023 e 2024 registrou um total de 1.210 casos de ataques de abelhas.

O Centro de Informação aponta justamente para essa média de 1,6 caso por dia no período, como forma de evidenciar o número cada vez maior de acidentes no estado envolvendo ataques de abelhas.

Por esse motivo, em março deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou uma nota técnica que reforça a importância da prevenção e do atendimento rápido às vítimas.

Conforme o documento da SES, uma única ferroada pode desencadear reações alérgicas graves, enquanto várias dessas picadas aumentam significativamente o risco de complicações sistêmicas.

Já o médico lembra que as abelhas podem ser atraídas pelo barulho alto, como de tratores e roçadeiras; por cores vibrantes e até mesmo perfumes florais, sendo que, segundo a SES, entre 100 e 500 picadas a situação já pode evoluir de um caso de dose tóxica para uma situação potencialmente letal para humanos.

Entre as dicas especializadas, uma das principais recomendações é tentar manter a calma em casos de ataques, evitando movimentos bruscos que podem atrair mais abelhas.

Uma das dicas mais importantes é justamente proteger as regiões do rosto e pescoço, sem obstruir sua visão, enquanto tenta se afastar do local do enxame, já que a primeira picada de uma abelha pode atrair as demais graças à liberação dos feromônios.

Para a proteção em caso de ataques: 

Evite matar as abelhas pressionando-as contra seu corpo; elas liberam hormônios que servem de marcador para que outras ataquem. Em regiões de mata, corra mudando de direção várias vezes (zig-zag), pois isso pode confundir o enxame que voa em “linha reta”.

Nunca tente retirar, capturar, queimar ou espantar enxames por conta própria. Notifique o Corpo de Bombeiros em caso de enxames errantes em propriedades ou local público

Não aplique nada sobre as ferroadas e procure auxílio médico o mais rápido possível.

Em casos de ataques a população pode acionar tanto o Corpo de Bombeiros, através do número 193, como o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Mato Grosso do Sul (Ciatox-MS) pelos telefones:  0800-722-6001 ou 3386-8655.